Capital de giro: entenda o que é e sua importância nas empresas

23 de abril de 2023
7 minutos de leitura
Capital de giro: entenda o que é e como a manutenção da organização e processos financeiros são tão importantes para sua empresa.
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Capital de giro: pode parecer uma obviedade, mas a gestão financeira de uma empresa é muito importante para seu funcionamento e sobrevivência. Por mais essencial que seja, ainda sim é uma área deficiente, ou até inexistente, para muitos negócios.

Ter ciência do volume exato de faturamento (vendas, entradas de dinheiro) e do volume de gastos (custos, despesas) é o ponto inicial para organizar as finanças da empresa. A partir daí, passa-se a ter a possibilidade de mensurar os resultados do negócio.

Dessa forma, a manutenção da organização e os processos financeiros bem definidos promovem a tomada de decisão mais assertiva em vários aspectos. Essa construção envolve alguns conceitos importantes, que são muito falados, mas pouco entendidos.

Capital de giro e fluxo de caixa: qual a importância e a diferença entre eles?

É bem possível que você já tenha escutado frases como: “Preciso de capital de giro para minha empresa!” ou “Minha empresa não tem fluxo de caixa!”, dentre outras.

Para compreender esses termos, vamos conceituar de maneira simples o que é fluxo de caixa e capital de giro. Apesar de serem coisas diferentes, elas estão muito interligadas, por isso há confusão e/ou desconhecimento sobre o que, de fato, é cada um desses conceitos.

O fluxo de caixa é o movimento financeiro da empresa, volume de dinheiro que entra versus o dinheiro que sai da empresa, ou seja, manter o fluxo de caixa equilibrado é ter o montante suficiente para honrar os vencimentos de cada data. A imagem a seguir ilustra na prática como isso funciona:

Capital de giro: imagem 1 exemplo de fluxo de caixa
Figura 1: Exemplo de fluxo de caixa
Fonte: Natália Sartorelli, Vamos Escrever para Dattos, outubro de 2022.

No exemplo acima, é detalhado 15 dias de uma operação fictícia. A coluna “caixa inicial” carrega o saldo final do dia anterior, sendo assim o dia 2, por exemplo, começa o caixa com R$ 2.500.

Por sua vez, a coluna “gastos” é o somatório das contas pagas naquele dia, enquanto a coluna recebimentos são todas as entradas referente às vendas. O “saldo final” é o quanto que sobrou ou faltou do caixa.

O capital de giro (líquido), em linhas gerais, é o montante que cobriria esses negativos – uma vez que as contas precisam ser pagas e os recebimentos daquele período não foram suficientes. 

De acordo com definição do Sebrae, o capital de giro é a diferença entre os recursos disponíveis em caixa e a soma das despesas e contas a pagar. Conforme o exemplo anterior, seria o montante que a empresa precisa ter disponível, com liquidez, para honrar esses desajustes de fluxo de caixa, causados por quedas nas vendas e/ou datas de recebimentos desencaixadas ao vencimento de contas.

Há outras definições específicas acerca do capital de giro, como o capital de giro líquido, conforme mostra o exemplo. Ele é o montante disponível, com fácil acesso, para honrar os déficits de caixa, mas é importante salientar que esse montante deve ser reposto com os saldos positivos de caixa.

Por outro lado, o capital de giro negativo é a falta de capital de giro, ou seja, a empresa depende exclusivamente de suas entradas para pagar as contas. Essa situação pode se tornar crítica, fazendo a empresa entrar em débitos com fornecedores ou utilizar de dinheiro rápido, mas caro, como é o caso das contas garantidas e/ou cheques especiais de bancos.

Por fim, o capital de giro pode ser próprio, quando os recursos são da própria empresa, ou associado a investimentos, quando esse montante é tomado no mercado para aporte em algum investimento da empresa.

Qual a importância do capital de giro para o seu negócio?

Ter um montante reservado para cobrir as baixas de caixa garantem que a empresa rode lisa, sem problemas com atrasos ou não pagamento de contas. Não honrar com os gastos adquiridos oneram ainda mais a empresa, seja financeiramente, com os juros de boletos atrasados e empréstimos de última hora que tendem a ter taxas mais altas, seja operacionalmente. Assim, a “dor de cabeça” de gerir um caixa deficitário passa a desgastar as relações com fornecedores e equipe.

O modelo de negócio sendo viável e mantendo uma constância de vendas e crescimento ordenado garante a construção de uma gestão financeira forte, com o montante exato de capital de giro, além do lucro líquido de cada período.

Como calcular capital de giro?

Qual é, então, o montante de capital de giro que devo reservar para minha operação? Cada unidade de negócio terá um volume necessário e há uma fórmula para chegar a esse cálculo, que é:

CGL (Capital de Giro Líquido) = Ativo Circulante – Passivo Circulante.

O ativo circulante é todo o montante de dinheiro disponível na empresa. Ele se encontra nos saldos de contas correntes, caixas físicos, montantes de aplicações financeiras, no volume de contas a receber. Enfim, sabe aquele montante de vendas em cartão de crédito ou promissórias que vão cair em sua conta? Pois bem, tudo isso somado constrói o ativo circulante.

O passivo circulante, por sua vez, são todas as contas e compromissos já firmados com fornecedores. Consiste, então, em mercadorias já compradas, mas ainda não pagas, empréstimos e contas a pagar em geral.

Vamos a um exemplo prático:


figura 2 exemplo de ativo circulante e passivo circulante (1)
Figura 2: Exemplo de ativo circulante e passivo circulante
Fonte: Natália Sartorelli, Vamos Escrever para Dattos, outubro de 2022.

Como fazer uma boa gestão de capital de giro em momentos economicamente sensíveis?

É importante que todo negócio, desde o início, conte com um montante de capital de giro, principalmente por conta do tempo de retorno que os novos negócios precisam. É aquela fase em que a empresa está entrando no mercado, conseguindo seus primeiros clientes e provavelmente não terá todo o faturamento necessário para honrar seus custos e despesas.

Para além disso, quando o negócio já tem algum tempo de operação, fica mais fácil definir o volume necessário e garantir esse ativo em conta para suprir dias e meses de baixa. Conhecer as sazonalidades e o comportamento da operação é de suma importância para o melhor dimensionamento.

Outro ponto importante é a reposição do montante, uma vez que ele tem a função de cobrir os dias em que há baixo caixa de entrada. Negócios viáveis dão lucro após seu período inicial de maturação. Logo, os montantes de entrada somados após um período (mensal ou até anual) devem superar os gastos, sendo possível manter as contas em dia, capital de giro reposto e lucro auferido.

O segredo para garantir uma gestão financeira e do capital de giro saudável é a organização de dados e o planejamento prévio. Construir provisões de gastos e recebimentos com antecedência abre os olhos dos gestores para meses de alta de despesas e baixa de faturamento, por exemplo.
Nota-se, então, que o capital de giro é um artifício muito importante para a saúde financeira das empresas e a tranquilidade de seus gestores. 

Planejar qual o número ideal para seu negócio é uma atividade que deve ser feita o quanto antes e revista sempre, uma vez que os mercados são dinâmicos e estão sempre mudando.

Esse volume de caixa garante que as contas sejam honradas sem prejuízo de entregas, e desgaste de relacionamento com fornecedores em geral. Outro ponto importante é a economia que se tem ao não pagar juros de atrasos e taxas altas de empréstimos de última

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Bruno Costa é um profissional experiente em Finanças, com mais de uma década de atuação, graduado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Normas Internacionais de Contabilidade. Destacou-se por liderar equipes de alto desempenho, focando na otimização de processos financeiros e alinhando objetivos organizacionais com metas individuais. Sua dedicação à educação financeira se estende à comunidade, tornando-o um líder admirado no setor.

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