Critérios de ESG: o que são e qual seu papel no mundo das finanças?

15 de novembro de 2023
13 minutos de leitura
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Os critérios de ESG têm se tornado elementos cada vez mais presentes nas empresas. Atualmente, a busca pela sustentabilidade e atendimento de pautas sociais se tornaram demandas importantes para as companhias de todos os segmentos.  

Juntamente a esse fator, temos a necessidade de maior transparência e governança no movimento de expansão dos negócios. Foi nesse cenário que o conceito de ESG se estabeleceu como um norte central da economia. Assim, atraindo investimentos bilionários ao redor do mundo.

Conforme dados divulgados pela Bloomberg, até 2025, os fundos de capital ESG devem alcançar mais de US$ 53 trilhões em investimentos. Além disso, estima-se que soluções tecnológicas que apoiam o cumprimento de metas ESG, podem crescer mais de 15% até 2028. É o que mostra um levantamento publicado pela Globe Newswirw.

Mesmo com esse avanço expressivo, muitas companhias ainda têm dúvidas sobre o que é e como implementar uma perspectiva ESG. Pensando nisso, resolvemos elaborar este conteúdo. Nele, separamos algumas visões sobre esse importante tema.

Principalmente, ressaltando o papel da contabilidade e da gestão financeira quando falamos de sustentabilidade, equidade e governança. Acompanhe!    

Conceito de ESG: o que é e qual sua importância?

Inicialmente, vamos entender, afinal de contas, o que significa ESG. O termo é uma sigla para Environmental, Social, and Governance. Na tradução livre para o português, nós temos “governança ambiental, social e corporativa”. 

Como é possível inferir, estamos tratando de um conjunto de medidas e práticas que favorecem o posicionamento das empresas quanto:

  • Ao atendimento de metas relacionadas à preservação do meio ambiente;
  • À implantação de ações de responsabilidade social;
  • À governança corporativa.

Quando combinados, tais esforços tendem a resultar em empresas que se preocupam com um modelo de desenvolvimento sustentável. Isso ocorre tanto no sentido de respeito ao meio ambiente, quanto no patamar financeiro.

O conceito de ESG foi estabelecido pelo Banco Mundial e a ONU em um relatório de 2004. Ele foi intitulado “Who cares wins” ou “Quem se importa, ganha”, em tradução livre.

E o título não poderia ser mais preciso. Afinal, no mercado atual, a perspectiva ESG não é positiva apenas pelo ponto de vista da difusão de valores mais conscientes e igualitários. Mas também do ponto de vista mercadológico.

Uma pesquisa divulgada pela Exame apontou que 85% dos consumidores acreditam que as marcas devem incluir a diversidade em suas pautas internas.

Além disso, também temos um estudo de mercado interessante conduzido pela PwC. Ele apontou que 76% do mercado está disposto a abandonar marcas que afetam negativamente o ambiente em que estão inseridas.

Isso inclui companhias que não têm cuidados com o meio ambiente, seus colaboradores ou a comunidade local. Em outras palavras: mais do que um anseio positivo, as práticas ESG são uma necessidade para empresas que desejam crescer.

A implementação do ESG nas companhias: quais as etapas?

A implementação dos critérios de ESG passa por diversas tarefas dentro de cada área de abrangência. Abaixo estão os critérios específicos para cada um dos 3 segmentos. Confira!

Ambiental (Environmental)

Na área ambiental, nós podemos destacar os seguintes elementos. A partir desses critérios de ESG a empresa passa a dar mais atenção às questões relacionadas ao meio ambiente. Veja quais são os pontos a serem observados:

1. Gestão de resíduos e emissões

A empresa deve implementar práticas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Assim, minimizar a poluição do ar, da água e do solo, e promover a gestão eficaz de resíduos.

2. Eficiência energética

Esse critério preconiza a adoção de medidas para reduzir o consumo de energia. Além disso, ele defende a promoção de fontes de energia renovável.

3. Conservação da biodiversidade e uso sustentável de recursos

A empresa deve buscar práticas que protejam e promovam a biodiversidade e os ecossistemas locais. Bem como, a companhia deve adotar políticas para o uso responsável e sustentável dos recursos naturais. Por exemplo, a água, florestas e minerais.

3. Transparência ambiental

Por fim, temos a transparência ambiental. Essa prática estabelece a divulgação de informações sobre o impacto ambiental da empresa e ações para mitigá-lo.

Social (Social)

Dentro dos critérios de ESG relacionados a área social nós temos como destaque a diversidade e inclusão. Isso estabelece a promoção de um ambiente inclusivo que valorize a diversidade de gênero, etnia, orientação sexual e habilidades

Assim, visando a igualdade de oportunidades para todos. Mas, os critérios não se limitam a esse fator. Além disso, temos os seguintes:

1. Segurança e saúde no trabalho

Prevê a implementação de práticas que garantam um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os colaboradores.

2. Direitos humanos e trabalho justo

Respeito aos direitos humanos, incluindo a eliminação de práticas como trabalho infantil, trabalho forçado e discriminação.

3. Envolvimento com a comunidade 

Contribuição positiva para a comunidade local por meio de iniciativas sociais e filantrópicas.

4. Desenvolvimento de talentos 

Investimento no desenvolvimento e capacitação dos colaboradores para promover crescimento profissional e pessoal.

Governança (Governance)

Por fim, temos o pilar da governança. Como se trata de uma questão interna e administrativa, muitas empresas acabam abandonando-o. Contudo, ele é essencial para atender a todos os critérios de ESG.

Quando a governança é deixada de lado, a empresa perde muito em termos financeiros, transparência de informação e qualidade nos dados. Por isso, precisamos destacar as formas de se adequar a esse pilar. Assim, podemos destacar:

1. Ética nos negócios 

Com a adoção de padrões éticos na tomada de decisões e conduta empresarial.

2. Transparência e prestação de contas

Com a divulgação de informações financeiras e operacionais, e prestação de contas perante os stakeholders.

3. Independência do conselho

A, a fim de garantir que ele tome decisões imparciais em prol dos interesses da empresa e de seus stakeholders;

4. Gestão de riscos e conformidade legal

Implementando mecanismos para identificar, avaliar e mitigar riscos, além de assegurar a conformidade com leis e regulamentações.

5. Compromisso com a sustentabilidade a longo prazo

Ligado com a criação de valor a longo prazo para a companhia.

Ao adotar e implementar esses critérios de ESG, a empresa demonstra seu compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade corporativa.

Qual o papel da gestão financeira e contábil no desenvolvimento das políticas ESG?

Para haver sucesso na implantação de uma política ESG, é importante serem considerados esforços multidisciplinares. De preferência, que se construa uma área específica nesse sentido.

Assim, os profissionais da área financeira e contábil tem muito a contribuir com a governança social, ambiental e corporativa. Logo a seguir, separamos 5 pontos nos quais eles têm um papel central. Confira!

Definição de métricas e direcionamento de investimentos

A estruturação de métricas e KPIs é uma atividade básica da área financeira e contábil, auxiliando gestores em processos, como:

  • Tomada de decisão com base em indicadores confiáveis;
  • Previsibilidade de caixa;
  • Desenho de cenários financeiros;
  • Padronização da gestão;
  • Identificação de gargalos e possibilidades de expansão segura do negócio.

A partir de tal expertise, os profissionais contábeis e de finanças podem apoiar núcleos estratégicos de ESG. Especialmente, na medição dos impactos positivos das ações de governança.

Além disso, eles serão determinantes para o direcionamento de investimentos de políticas voltadas para a inclusão, diversidade e redução de impactos ambientais. Obviamente, esses aportes devem ser alinhados com a capacidade financeira da companhia.

Estruturação das políticas de governança

A governança corporativa sempre foi um atributo que incluía o trabalho de profissionais da área financeira, contábil e fiscal. A partir de seus esforços, a empresa tem acesso ao volume de informações e dos processos necessários no aprimoramento do seu compliance.

Nesse sentido, a própria estruturação de uma área de ESG dependerá também do know-how desses especialistas. Assim, trabalhando conjuntamente a colaboradores de outras áreas. Tais como o setor jurídico, financeiro, contábil, marketing etc.

Vale destacar que, nesse hall de processos, a tecnologia assume um papel importante, no sentido de apoiar os profissionais na:

  • Conciliação de informações financeiras;
  • Gestão de riscos;
  • Adequação de processos fiscais;
  • Estruturação de dados padronizados;
  • Centralização e organização de documentos organizacionais.

Geração dos relatórios de compliance e integridade

O cruzamento de dados para a geração de relatórios que mensuram a qualidade/eficiência do compliance é uma etapa importante do ESG. Para que eles ocorram de forma eficiente é necessário investir em inovação na área contábil e financeira.

Principalmente, em sistemas que facilitam a gestão e integração de dados originários desses setores. Por meio de relatórios, todas as lideranças poderão ter reports mais claros e objetivos sobre as ações de ESG. Assim, eles serão capazes de estruturar medidas conjuntas de melhoria contínua.

Maior transparência das informações financeiras

Consequentemente, esse conjunto de ações tende a favorecer o ganho de transparência sobre os dados financeiros e contábeis.

Esse, aliás, é um dos principais objetivos das políticas de ESG. Assim, sendo um passo determinante para companhias que desejam fomentar uma cultura de crescimento sustentável.

Harmonização de processos e padronização de dados

Finalmente, o esforço conjunto de diferentes áreas deve seguir com o intuito da harmonização dos processos de uma maneira holística.

Um benefício indireto dessa visão, envolve um ganho de eficiência e um volume de dados padronizados. Inclusive, que podem ser utilizados nos processos de tomada de decisão das lideranças.

Quais benefícios os critérios de ESG trazem ao setor financeiro?

Até o momento, percebemos que a aplicação de critérios de ESG contribui consideravelmente com as áreas financeira, fiscal e contábil.

Mas essa é também uma relação de mão dupla. Ou seja: quando bem implementadas, as políticas de ESG trazem benefícios financeiros para as companhias.

Além disso, elas favorecem um ambiente organizacional com mais diversidade e inclusão. Atuando de modo mais responsável, visando o futuro de longo prazo da companhia. Veja três pontos que resumem bem esse cenário. Continue lendo!

Atração de investimentos com o ESG: como isso acontece?

Como vimos acima, empresas com uma governança bem estruturada nas três frentes do ESG tendem a atrair mais investimentos. Companhias transparentes, seguras e conscientes têm mais capacidade de captar recursos.

Não por acaso, só no Brasil, AMBIMA apontou um crescimento de 74% nos fundos de ações ESG. É o que mostra um levantamento publicado pelo site da revista Exame.

Segurança para o crescimento da companhia com os critérios de ESG

Toda empresa com um departamento financeiro e contábil organizado favorece um crescimento mais sólido e de longo prazo.

E isso porque:

  • São organizações que pagam seus tributos em dia;
  • Que efetuam conciliações fiscais e conferência contínua de dados;
  • Que realizam processos de auditoria independentes;
  • Que definem ações estratégicas com base na realidade financeira concreta do negócio.

O fechamento financeiro é um processo importantíssimo quando o assunto é segurança nas companhias. Principalmente, para garantir que os dados estejam corretos. 

Criação de uma cultura financeiramente sustentável

Finalmente, a cultura organizacional da empresa é de responsabilidade financeira. Ela não coloca em risco o equilíbrio do negócio em prol de ações impensadas.

E tudo só se constrói com um trabalho conjunto e multidisciplinar de lideranças, tecnologia, especialistas. Bem como, na união de propósitos visando o futuro da companhia.

Qual o papel da tecnologia na implementação do ESG?

Você já pôde conferir alguns dos papéis que a tecnologia cumpre no sentido de apoiar as políticas de governança das organizações. Sim, soluções inteligentes surgem como aliadas das empresas. Mas, para tanto, é preciso escolher as melhores ferramentas do mercado. 

Neste caso, a Dattos, plataforma líder na automação e conciliação de processos contábeis. Assim, se posicionando com uma série de diferenciais de mercado. Com ela, é possível centralizar as rotinas e padronizar as informações financeiras, contábeis e fiscais da companhia.

Com nossas ferramentas, é possível implementar toda a automação de suas conciliações contábeis. Principalmente, eliminando planilhas e sistemas ineficientes.

O que mais a Dattos pode fazer pela da sua empresa?

Nossas soluções também empoderam os times financeiros e contábeis na tomada de decisões mais assertivas. Sendo uma fonte de informações confiáveis para qualquer empresa e uma base de apoio para seus KPIs.

Com a nossa plataforma, você consegue ainda:

  • Ter uma visão geral do seu negócio com uma plataforma que potencializa e acelera o processo de análises financeiras das empresas;
  • Automatizar seus processos e, consequentemente, ganhar agilidade e inteligência nas rotinas gerenciais;
  • Contar com um acompanhamento contínuo das finanças de sua empresa, favorecendo o equilíbrio e controle; 
  • Reduzir riscos, custos e tornar seu departamento financeiro estratégico e ágil com segurança e qualidade dos dados.

Ou seja: a inovação também caminha ao lado das empresas quando o assunto é implementação de critérios de ESG. Essa é uma tendência mundial que atingirá um número cada vez maior de companhias. Por isso, você precisa ter atenção a essa realidade e adequar seu negócio para se adaptar a essas exigências do mercado.

Vanessa Ongaratto é formada em Ciências Contábeis e Tecnologia da Informação e Negócios. Com experiência em contabilidade e controladoria, atualmente atua como Analista de Negócios Sênior na Dattos S.A., focada em entender os negócios dos clientes, configurar a plataforma e treinar usuários, sempre buscando aprimoramento no processo de transformação digital das áreas financeiras.

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